Empresas Humanizadas: A nova curva
O olhar profundo e atento às particularidades de cada indivíduo já é um passo dado pelas empresas em relação aos consumidores. Agora, essa concepção vem se estabelecendo nas relações internas, ou seja, as organizações estão voltando as atenções ao seu capital humano. O cliente interno também precisa de empatia e essa postura marca a inserção de uma nova curva de gestão nas empresas, na qual os líderes e gestores começam a entender que o capital humano é um ativo importante para que as empresas se mantenham competitivas e obtenham resultados mensuráveis com qualidade e diferenciação.
A era da Humanização (Human to Human), baseia-se na comunicação e, por meio dela, aposta na construção de vínculos saudáveis, produtivos e duradouros como meios para alcançar os objetivos traçados por todas as partes envolvidas. E isso independe do tamanho da empresa. Com esta tomada de consciência simples, percebe-se que as normas e padrões de conduta, políticas internas, comunicação constante e treinamento devem ser criado e clarificados. É aqui que se definem as regras do jogo e o modo de comunicá-las aos seus parceiros, fornecedores, colaboradores e prestadores de serviços. O consultor lamenta que o modelo pragmático, orientado apenas em resultados (do ter que fazer, entregar, produzir, de forma rápida, barata, bem-feita e “fora da caixa”) ainda seja majoritário. A mentalidade do empresariado atual se conforma e se retroalimenta com a premissa de que “tem que ser assim pra dar certo”, “é preciso pagar a conta”, ou ainda, “saber separar as coisas”. Enquanto as empresas insistirem nessa máxima de que “os problemas pessoais devem ser deixados da porta para fora”, os resultados continuam comprometidos.
Em contrapartida, o modelo H2H atenta para a necessidade do gerenciamento das emoções, as quais não pedem licença, elas simplesmente acontecem por meio de um processo bioquímico neurológico. É assim que o sujeito sente raiva, medo, alegria e tristeza, de forma automática e inconsciente. E, quando se vive alguma emoção, isso pode gerar um bloqueio das atividades racionais, dificultando ações e reações, a comunicação e, por consequência, os relacionamentos. Fatores que podem comprometer os resultados do todo. Talvez não seja à toa que comunicação e relacionamento sejam o calcanhar de Aquiles de grande parte das empresas.
Muitas corporações já viraram ou estão virando essa chave, apostando na quebra de paradigmas, investindo na comunicação e na humanização das suas relações internas, com o foco direcionado à geração de vínculos e ao enaltecimento dos valores do humano. Pessoas gostam de reconhecimento. E, pessoas felizes e satisfeitas com o que fazem, entregam o seu melhor. São premissas que se aplicam tanto à fidelização de clientes externos como no desenvolvimento e na retenção de talentos, de clientes internos. É a superação do Business to Business (B2B) e Business to Consomer (B2C) para o Human to Human (H2H)”, cenário no qual a impessoalidade é sinônimo de “padrão” e o objetivo das empresas é a “diferenciação”.